O trail de Almeirim já começa a
ser tradição. Mas não é só para mim, é também para a família que vai acompanhar
a prova e comer a sopa da pedra. Este ano seria igual, pelo 3º ano, não fosse
a ameaça da tempestade Hugo ter estragado os planos….
Foi no almoço de ano novo que
ficou uma vez mais combinado que a 18 de Março nos iriamos reunir novamente
todos em Almeirim – no ano passado se não tínhamos a maior mesa no almoço, andámos
la perto! Decisão tomada, inscrição efectuada para os 30k, que afinal iriam ser
35.
Não gosto, nem tenho de arranjar justificações
para os resultados melhores ou piores que consiga obter, mas a realidade é que
para esta prova a preparação foi claramente insuficiente. Estes primeiros meses
do ano não têm sido muito favoráveis; 1º foi a recuperação da lesão que fiz nos
100k de Abrantes, e depois quando estava a voltar a treinar bem em Fevereiro
fui atacado por uma constipação que não esta ainda totalmente curada…
Foi então com uma preparação “assim-assim”
que me apresentei em Almeirim. Entretanto, e por culpa das ameaças de
tempestade, tomamos a decisão de a equipa de apoio ficar por casa; caso se
confirmassem as previsões era complicado ir para Almeirim com as 3 crianças…
Aparentemente as previsões assustaram
também vários atletas, porque eramos apenas cerca de uns 100 na linha de partida.
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Antes da partida, com a Ana e o Paulo. Foto do outro Paulo! |
Contrariamente aos anos
anteriores este ano o percurso sofreu algumas alterações; em vez de começar e
acabar no mesmo local (a prova dos 30k, porque a L.U.T.A. começava e acabava no
pavilhão) era um percurso em linha. Desta forma fomos de autocarro ate
Marianos, e depois de ver passar os 1º classificados da LUTA (grande Rovisco em
1º lugar!!) teve inicio a nossa prova.
Tinha claramente a noção que não estava
bem, pelo que arranquei sem forçar grandes ritmos no inicio, puxando apenas um
pouco pelo 3º km para evitar um possível engarrafamento numa subida. E rapidamente
entramos no sobe e desce, no parte pernas autentico que caracteriza esta prova.
Pequenas rampas a subir e descer e que lhes vemos o fim, mas que assim que
acabam viramos para o lado e temos outra rampa igual, no sentido inverso, em constantes
‘S’.
E foi com este parte pernas que cheguei
ao 1º abastecimento, cerca do 11º km.
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A poucos metros do 1º abastecimento, fotos do Paulo! |
Não me demorei, peguei apenas num pedaço
de banana e segui. Os flasks iam cheios ainda, pelo que não senti necessidade
de mais nada.
E se até aqui tinha vindo quase
sempre acompanhado, a partir deste ponto segui já mais sozinho.
Apesar de não estar na minha
melhor forma estava a aguentar-me bem, até ao 16ºkm onde tive um ataque de
tosse que parecia que saltava tudo para fora…. Estive uns minutos parado, ate conseguir
recuperar um pouco, e decidi abrandar o ritmo, de forma a baixar os BPM e a
respiração.
Com este baixar de ritmo comecei
a ser ultrapassado por vários atletas, mas isso seria o menos importante. Fui também
apanhado, cerca do km 20, pelo meu amigo Paulo Sousa. Contei-lhe o que se tinha
passado e disse-lhe que ia seguir nas calmas, para ele seguir que no final la
nos encontrávamos, mas ele decidiu ficar e seguirmos juntos. Km 23 e
abastecimento, neste parei, enchi os flasks e aproveitei para comer alguma
coisa. Estivemos parados aí uns 5 minutos e seguimos, em ritmo de passeio e na conversa.
Se as previsões para este dia
eram de tempestade, neste segmento tive calor que parecia verão! Ate ao
abastecimento seguinte, 30º km seguimos nas calmas alternando corrida com passo
rápido, e depois de mais uma pausa para reabastecer no ultimo abastecimento
decidimos correr um pouco.
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No último abastecimento |
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Pouco depois do último abastecimento, 4km para a meta |
Faltavam cerca de 4km, já cheirava a sopa da pedra e
à caralhota!!
Quase 5h depois do inicio
cortámos a meta. Foi, de longe, a pior prestação que tive nas 3 participações do
Trail de Almeirim, mas dadas as circunstancias fazer melhor era difícil.
Quanto à organização, já sabia
com o que contar e uma vez mais não desiludiram. Gostei da alteração do percurso,
embora ache um pouco chatos aqueles ‘S’ nos km iniciais, onde descemos e subimos
por vezes lado a lado, mas percebo, pois sem grande altitude de serra tem de se
criar altimetria; quanto ao resto tudo excepcional desde as marcações a
abastecimentos, a massagem no final e os banhos com água quente, e o almoço.
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A famosa caralhota! :P |
Até para o ano!!!!