terça-feira, 20 de outubro de 2015

E agora, o que se segue?

Para já, descansar e recuperar! Ontem tive uma sessão de massagem no Jing, Atelier de Saúde e Bem Estar, que me fez extraordinariamente bem, e nos próximos dias o objectivo passa por recuperar totalmente. Vou amanhã fazer um curto e lento treino junto à baía do Seixal, para ajudar na recuperação ;)

Então e a seguir?
Bem, se até aqui o foco foi a Maratona com incursões pelo Trail, a partir de agora pretendo focar no Trail, fazendo algumas incursões, não muitas, por provas de estrada.

Para já tenho apenas confirmada participação nos 50k+ do Ericeira Trail Run, dia 19 de Dezembro. Estou ainda a ponderar se em Novembro vou ao I Ultra Trail da Serra de Grândola.

Para 2016, nada ainda está confirmado, apesar de estar com algumas ideias para uns desafios. 53k de Arga são um deles!
 Em tempo oportuno darei informações ;)

Rock'n'Roll Maratona de Lisboa 2015

As lágrimas começaram a cair, o objectivo estava prestes a ser cumprido. Na mão a fotografia que me acompanhou em toda a prova, que me fez acreditar que eu conseguia, que me deu forças quando elas acabaram. Olho para o céu e a linha final é transposta. 03:58 depois de ter começado, estava feito, eu estava feliz e tenho a certeza que Ela, onde quer que esteja, estava também feliz por eu ter alcançado o objectivo.
Obrigado por toda a força Mãe…


Pré Maratona

Se à 2 anos me dissessem que um dia ia correr uma maratona – ou uma meia até!! – iria chamar essa pessoa de maluca! Quando à 1 ano participei na mini-maratona e disse que minis nunca mais, não pensava sequer em correr a maratona 1 ano depois. O objectivo seria a meia-maratona, dizia eu…
Contudo, a vida é feita de desafios, e 21k seriam sempre um desafio muito pequeno e fácil de alcançar, por isso decidi no início de Março que iria correr a Maratona de Lisboa! Na altura não foi uma decisão que tomei de ânimo leve, ponderei vários dias, a maratona não é uma prova qualquer, mas acabei por me inscrever. Criei um plano de treinos no site MyAsics, e o foco maior desde essa altura passou a ser a preparação para a maratona, o grande objectivo do ano.
Pelo meio houveram muitas provas, algumas de estrada e outras de trail, a grande paixão, tendo feito inclusive um ultra-trail de 52k em Sintra em Julho - Ultra Trail Monte da Lua (52km) - a Ultra estreia!!
Foram muitas horas de treino e de corrida, focado no objectivo principal. Muitas horas em que se abdica de estar com a família, com os amigos, no sofá em casa a ver televisão ou a dormir. Mas todas essas horas valeram a pena.
O plano de treinos foi sendo cumprido, não à risca, foi sofrendo algumas adaptações pelo meio, consoante as provas que iam surgindo, mas no geral cumpriu-se, com excepção do mês de Agosto, onde os treinos foram mais raros – afinal, férias são férias!!!
E assim aproximou-se a grande velocidade o grande dia.
1 semana antes fiz a 18ª Meia Maratona da Moita, em 01:40:37, que considerei um excelente tempo tendo em conta algumas dificuldades que passei no decorrer da prova, e que me deixou com bastante confiança para o grande dia, confiança a mais!!!


Dia M

As previsões meteorológicas faziam antever um dia de diluvio. O temporal que se abateu sobre a zona de Lisboa no dia antes fechou várias zonas da estrada marginal, com zonas alagadas e arvores caídas. A expectativa era elevada: iriamos correr a maratona ou fazer um duatlo?!


Domingo, 5 da manhã toca o despertador. Não sei precisar se já estava acordado, se acordei com o despertador ou com a chuva a bater na janela e a trovoada…, levantei-me sem problemas – porque não é assim para ir trabalhar??! – tomei pequeno-almoço e um banho para ter a certeza de estava acordado! As coisas estavam todas preparadas de véspera, pelo que não demorei nada a estar pronto a sair.

À hora marcada o Nuno manda um sms, a avisar que estava a minha porta!
Tínhamos combinado ir juntos, tínhamos feito muitos treinos e provas juntos, pelo que o grande dia também ia ser vivido em conjunto!
Havíamos decidido ir de carro até Algés, e apanhar lá o comboio para Cascais, o local da partida. Tudo correu conforme planeado, estacionámos sem problemas junto à estação, apanhámos o 1º comboio, que já ia cheio, e chegámos com bastante tempo a Cascais. Seguimos juntamente com várias centenas de atletas para a zona de partida, onde deu para ainda estarmos à conversa alguns momentos a descomprimir, acabar de preparar, entregar o saco com a muda de roupa nos camiões e ir ao wc!

Cerca das 8.15 dirigimo-nos para a zona de partida, bloco das 3:30 – ambição quanta baste!!!
8:20 e acho que toda a gente entrou em pânico,  pois começou a chover torrencialmente. A sorte foi que durou apenas um par de minutos, pelo que depois do susto pudemos concentrar-nos no que realmente importava – a corrida!
A estratégia era seguirmos num ritmo a rondar os 5km/min, e ir analisando a nossa condição. Abrandar se necessário, acelerar se possível!

Arrancámos eram 8:35, e tentámos seguir ao ritmo planeado. Nem sempre era fácil abrandar para manter os 5km/min, ainda estávamos plenos de energia e excitação, e vários foram os km que fizemos abaixo desse ritmo.
Os km foram passando sem dificuldades, 1º abastecimento ao km5, outro ao 7.5, e outro aos 10km, este o 1º com isotónico.
E aqui… bem, aqui aconteceu mais uma situação que me faz cada vez mais gostar do trail em detrimento da estrada.

Um individuo – chamemos-lhe assim agora, porque na hora chamei-o de todos os nomes possíveis e imaginários – daqueles que quando correm devem ir a olhar apenas para os pés deles próprios, ao aperceber-se que havia abastecimento de isotónico do lado direito, corta a estrada dum lado ao outro, atravessando-se à frente de quem vinha.
Estava eu a aproximar-me da mesa para pegar num copo, quando sou abalroado por ele. Estrada molhada da chuva e do isotónico derramado no chão, escorregadia quando baste, fui ao chão… cotovelo, anca e joelho do lado esquerdo tudo esfolado e em sangue…
Então e ele não parou, podem perguntar vocês! Não, nem ele, nem ninguém, quem vinha atrás, desviavam-se apenas o suficiente para não me pisarem e seguiam apenas, sem mostrar qualquer sinal de preocupação em saber se estava bem ou mal, se seria precisa ajuda!!! Incrível a quantidade de “atletas” que iam a lutar pelo pódio, é só o que posso supor…
Aqui já foi no final, parece menos mal!


Esta situação e as dores inerentes causaram-me desconforto durante os próximos km, sendo que apesar de abrandar, segui até ao final com dores no braço e na anca…
Chateado, bastante irritado lá segui a fazer a minha prova, e passei na meia-maratona com 01:47. Nada mau, é só manter o ritmo até final, pensei eu!!
Só que o pior estava para vir. Depois de passar Belém, uma monotonia abateu-se sobre mim e fui abaixo. Abrandei várias vezes, e houve períodos que os km’s pareciam não passar. Aqui ia sozinho, porque o Nuno tinha ficado mais para trás, vinha com uma dor no pé e fez força para que eu seguisse. E eu segui, ate que fui apanhado por ele no Cais do Sodré, e que bem soube ter novamente companhia!

O Muro… o muro, o martelo, a marreta, bateram-me com força por volta do km 33. Ai tive de ir um bocado a caminhar, não conseguir correr, mas se já tinha ali chegado, depois de tanto esforço, não ia desistir.

Lá seguimos, ora puxando um, ora o outro, dando apoio mutuo, e assim foi até final, onde acabámos com poucos segundos de diferença.

Os metros que antecedem a linha final, quando já nada nos pode impedir de acabar, é um turbilhão de emoções que nunca pensei que pudessem existir.

As lágrimas começaram a cair, o objectivo estava prestes a ser cumprido. Na mão a fotografia que me acompanhou em toda a prova, que me fez acreditar que eu conseguia, que me deu forças quando elas acabaram. Olho para o céu e a linha final é transposta. 03:58 depois de ter começado, estava feito, eu estava feliz e tenho a certeza que Ela, onde quer que esteja, estava também feliz por eu ter alcançado o objectivo. Obrigado por toda a força Mãe…


Tive ainda uma surpresa que não estava à espera, sei que não é fácil cuidar dos 2 miúdos ali no meio de tantas pessoas e com o risco de chover, mas ali estavam eles os 3 a gritar por mim. A Bela, a Madalena e o Tomás. Felizes porque eu estava bem e tinha acabado.
Obrigado por tudo, por todo o apoio durante todos estes meses, toda a força e motivação que me transmitiram. A medalha que recebi também é vossa, Amo-vos mais que tudo.

Obrigado também ao Nuno, companheiro de muitos treinos e de maratona, por todo o apoio durante a prova e por me colocar travão ao início quando a minha vontade era acelerar!! Grande prova mano, esforço e determinação.
Temos de ir buscar a de Sevilha!!

Acabei com 03:58. Os dois objectivos mínimos foram cumpridos, que eram acabar, e fazer menos de 4h. percebo agora que subestimei a maratona, pensei que ia ser mais fácil, mas como diz e bem o Filipe, a maratona é a prova justa, não perdoa ninguém e aqui não dá para descansar nos abastecimentos ou nas descidas.

Hei-de voltar a fazer esta prova, e da próxima terei mais atenção a estes pormenores ;) Ouvi dizer que Sevilha é um bom local para se correr uma Maratona!

É Linda!!!!


quinta-feira, 15 de outubro de 2015

18ª Meia Maratona da Moita


Esta prova não estava nos planos. Para ser sincero, e apesar de ser aqui perto de casa, tinha passado completamente ao lado, talvez em muito devido ao facto de cada vez mais estas provas de estrada populares me seduzirem menos.
Contudo, o repto lançado pelo CCRAM, o clube pelo qual eu corro, fez com que me inscrevesse na prova. Acabou também por servir como último treino longo, o último teste antes do desafio do próximo domingo, a Maratona de Lisboa.



Deste modo, no domingo pelas 9h e pouco cheguei à Moita. Tinha muito tempo ainda, o suficiente para ir buscar o dorsal que estava com o staff da equipa, e fazer o aquecimento convenientemente. O tempo é que não estava a ajudar nada... Céu escuro, com períodos de chuva forte e vento, e bastante abafado. Estava no carro a preparar as coisas, já decidido a correr apenas com a camisola do clube, quando começou a chover muito e vento forte. Mau... lá decidi a vestir uma camisola de mangas por baixo, escolha que se revelou errada...

Perto das 10.30 dirigi-me para a zona de partida, e logo aqui comecei a arrepender-me de ter vestido a camisola... Ambiente abafado, ainda antes de começar já começava a ter calor. Mais uma vez também o porquê de cada vez menos aderir a estas corridas: os minutos que antecedem a partida são de encontrões e com toda a gente a empurrar para estar o mais à frente possível, mesmo que dado o tiro de partida, arranquem praticamente a caminhar....

Ultrapassada a confusão inicial, avancei em bom ritmo. Esta era a minha 1ª meia-maratona, e apesar de não querer forçar por estar a apenas 1 semana da maratona, tinha o objectivo de fazer menos de 1h45m. 
Os km's foram passando, e a camisola que levava vestida começava a causar problemas. Estava a ficar super abafado, cheio de calor e bastante desconfortável. Houve mesmo uma altura em que pensei que se não fizesse alguma coisa, não conseguia acabar a prova.. Mas tinha também a esperança de quando estivesse a passar na Moita, sensivelmente a meio da prova, que já lá estivesse a Ana Bela e pudesse deixar com ela a camisola.
E assim foi!!! Ao passar na zona da meta, vejo que aquilo que desejava se ia concretizar!! Faço sinal, paro rapidamente junto ao gradeamento que estava a separar o público dos atletas, e tiro as camisolas, para deixar a que tanto desconforto me estava a causar! E a partir daqui parece que começou uma nova prova. 

Anda cá!! Preciso de tirar isto!!!
Mais leve, mais solto, menos abafado, segui muito mais confiante e comecei mesmo a passar alguns atletas que me tinham passado mais atrás! Ia bem agora, e sem abusar mantive sempre um bom ritmo. E assim foi, até ao km 18, onde começou uma não muito inclinada mas extensa subida, que fez o ritmo baixar para os cerca de 5.10km/min. Era a minha fase mais lenta, mas também não valia a pena abusar. O objectivo da 1h45 ia ser alcançado sem problemas, por isso segui calmo, até ao último km, onde começou a descida final até à meta e que permitiu aumentar novamente o ritmo.

Chegada à meta e lá estavam, a Ana Bela, o Tomás e a Madalena, o meu Pai e a Lena. 
Prémios? Mas há melhor que este??

Cortei a meta com o tempo oficial de 01:40:37, na 217ª posição. Objectivo totalmente alcançado, e a prova terminada sem lesões, o que é  mais importante.

Recarregar energias

Agora é descansar, acumular energias, que domingo está à porta e tenho uma maratona para terminar!!!