segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Ultra Trail Costa Vicentina

Esta prova não estava nos planos, mas como ganhei um dorsal onde era possível escolher a distância que queria fazer, lá fui!!

Como podia escolher a distância, e como a prova não estava nos planos, o que iria afectar o planeamento familiar também, só fui depois de falar com a Ana Bela decidi mesmo ir, ou melhor, irmos todos; escolhi a prova de 26k que iria ser feita rapidamente, e o resto do dia ia ser passado em passeio num local que tanto adoramos.

E assim domingo cedinho lá se deu a alvorada aqui em casa. O meu receio era as 3 crianças não acordarem bem dispostas por ser tão cedo, mas felizmente acordaram contentes e tudo correu às mil maravilhas. Pouco antes das 8h saímos de casa e arrancámos em direcção ao Cercal com tempo. O levantamento dos dorsais era feito em Porto Covo, mas pedi à Maria José para me fazer esse favor e assim pude seguir directo para o local da partida.
E assim, depois de uma viagem tranquila em que as meninas aproveitaram para fechar os olhos e o Tomás foi sempre a fazer-me companhia a conversarmos sobre as estradas, os carros, os ninhos de cegonhas que se vêem na nacional e as vaquinhas, e o inevitável assunto, as árvores queimadas; interessante conversa durante a viagem com uma criança de 5 anos :) chegámos ao Cercal cerca das 9:20. 
Depois dos preparativos finais, hora de reunir a equipa OCS ProAventuras presente para a foto da praxe

Pouco faltava para as 10h quando nos dirigimos para a caixa de partida. Posicionei-me na zona da frente, e aguardei calmamente os último minutos antes de soar a buzina com a ordem de partida.

Sendo esta uma prova que se desenrola em estradões e sem dificuldade técnica, eram inúmeros os atletas de estrada presentes, pelo que o ritmo inicial foi logo muito rápido. 
Arranquei e não me entusiasmei a ir atrás de ninguém, e segui ao meu ritmo, ainda assim alto, mas o objectivo que trazia para a prova era mesmo esse: seguir num ritmo alto mas que me mantivesse confortável. Depois do fracasso que foi a Maratona de Lisboa queria ver em que estado estava! 

O percurso em si não tem grande história, é a rota vicentina e praticamente sempre estradão, sem dificuldade técnica alguma. A novidade nesta prova era a presença da Ana Bela e dos miúdos, que fizeram uma festa enorme quando passei de volta no Cercal já com 7k e sabe tão bem tê-los ali tão perto, e novamente ao chegar à Ilha do Pessegueiro os 4 à minha espera <3

E foi daqui até chegar a Porto Covo a maior dificuldade da prova e que, na minha opinião, era evitável: cerca de 3km pela praia e depois pelas falésias e onde era impossível correr. Depois de 22km a correr abaixo de 5'/km aqui o ritmo baixou imenso e "estragou" os tempos finais. Mais do que isso, penso que não acrescentou interesse ao percurso, porque tal como eu, havia mais atletas a reclamar e insatisfeitos com esta opção da organização.

Houve uma altura (enquanto não soube que acabaríamos pela praia!) que tinha a certeza que acabaria a prova com menos de 2h, o que seria brutalíssimo! Ainda assim, acabei com 2h05' o que é brutal na mesma. Admito que fiquei um pouco frustado por, apesar de ter feito uma boa prova, ter ficado apenas em 30º da Geral, mas contente por ter acabado muito bem; um mix de sentimentos!!

Em relação à organização / prova, houve certos pontos do percurso em que a marcação era insuficiente, e os abastecimentos ( eram 2 nos 26k mas não parei em nenhum ) ouvi dizer que eram bons para quem queria manter a linha. Como referi atrás, aquela parte da praia era evitável, e no final os banhos no pavilhão minucipal, numa prova com apoio de vários municípios, foi com água fria; por sorte apanhámos um dia de Verão em finais de Outubro!!

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Rock'n'Roll Maratona de Lisboa 2017

A vida é como um livro feito de capítulos, e em que no final de cada um há um ensinamento a aprender. Neste capítulo da maratona, e apesar de já não ser a 1ª, há várias coisas que tenho que retirar para não se repetirem no futuro...

Tal como no ano passado, andei quase até às últimas a decidir se ia ou não à maratona. Sensivelmente a um mês da prova, comprei um dorsal a uma pessoa que não poderia ir, e vendi-o um par de dias depois (pelo mesmo valor!!) porque soube que a minha empresa ia pagar a inscrição a quem quisesse ir :)

No referente à preparação, no último mês dediquei-me exclusivamente a preparar esta prova: deixei de ir pra serra, e substituí esses treinos por outros longos de estrada. Com o aproximar da data a confiança aumentava, estava a sentir-me bem nos treinos, e com isto estabeleci o objectivo de baixar o tempo do ano passado, das 3.35 para um tempo a rondar as 3.20 / 3.25. Para conseguir isso, a estratégia passava por juntar-me ao grupo da banedira das 3:30 até à zona de Algés e depois, se as pernas o permitissem, descolar para tentar então baixar o tempo.

No domingo, a rotina pré-prova correu sem sobressaltos. Fui com o amigo Gil Caldeira, companheiro de equipa do OCS PROAVENTURAS, deixámos o carro, tal como nos outros anos, na estação de Algés e lá apanhámos o comboio. Chegados a Cascais a caminhada até ao largo do Hipódromo, últimos preparativos e ir para a caixa de partida. Tudo OK e sem sobressantos, a confiança estava em altas!

Dada a partida, este anos 30 minutos mais cedo, arrancámos no meio da multidão inicial juntamente com o grupo das 3:30.

Depois dos metros iniciais o pelotão começou a esticar e a haver espaço, e deu para estabilizar ritmos. E esta é a grande questão e foi, a meu ver, o meu grande problema... Para fazer 3.30, o ritmo deveria ir a rondar os 5'/km; acontece que o pacer ia a colocar ritmos mais elevados entre os 4'40" e 4'50", apenas com alguns abrandamentos esporádicos...

Eu dei conta disto, olhei várias vezes para o relógio e pensei que íamos rápido...
É óbvio que a culpa não foi dele; a estratégia que eu tinha definido poderia (e deveria) tê-la mantido, e continuar eu a rolar a 5' só que... naquele momento, com a adrenalina da prova e a frescura ainda dos km iniciais, deixei-me ir...

Deixei-me ir, ora à frente do grupo ora atrás, devido às várias paragens que tive de fazer para aliviar a bexiga!! E assim foi, até por volta do k30, onde basicamente fez PUM!!
Comecei a ter mais dificuldade em correr, senti os gémeos como nunca os tinha sentido, mesmo em distâncias muito superiores. E a partir daí, resignei-me e vi-me obrigado a baixar o ritmo, e na zona de Algés houve um pedaço onde fui mesmo a alternar a corrida com caminhada. 

Nos kms finais, com o aproximar da meta ganhei algum ânimo e as forças parece que reapareceram, e voltei a correr.só parando quando cortei a meta!





Esta foi das 3, claramente a maratona onde sofri mais para acabar. Identifico alguns erros que cometi e não deveria até porque já não sou inexperiente nestas andanças... O descanso é fundamental, mas nas noites que antecederam a prova, em vez de me deitar cedo arranjava qualquer coisa para fazer e ir pro sofá; no dia anterior, que se requer de repouso, passei a manhã em Monsanto (aqui não me cansei, pelo contrário foi relaxante!) mas depois de sair de lá e um almoço no McDonald's, passei 1:30' na fila para levantar dorsal, em pé e sem hidratar; na prova em si, deixei-me levar pela adrenalina e fui a ritmos superiores áqueles que era suposto para fazer o tempo que ambicionava e para os quais estava preparado...

É com os erros que aprendemos, e vou tentar não esquecer esta experiência para não voltar a cometer os mesmos erros.

Quanto à organização da prova e a todas as críticas que já foram feitas, espera-se mais de uma organização com os anos de experiência como esta. O processo de levantamento de dorsais foi vergonhoso, com filas de horas e tudo apertado nos balcões, sem capacidade de dar resposta a tanta gente. A feira... bem é caso para perguntar: que feita??? Meia dúzia de stands num espaço apertado e meio escuro, enfim.... Eu não tive esse problema, mas não haver camisolas para toda a gente??? Inadmissível sr Móia!! Pelo menos, e no que à maratona diz respeito, não identifiquei falhas graves na organização: bastantes abastecimentos e sem faltar água, e o local da meta excelente; para mim tiraram o que mais detestava nesta prova, que era a junção com a meia-maratona.

Uma nota final para o público: em Cascais havia muita gente na rua, quem apoiava eram os estrangeiros, com destaque para os espanhóis; ao longo da marginal havia algum público: quem apoiava eram os estrangeiros, com destaque para os espanhóis; à chegada ao Cais do Sodré e até à meta, havia muito público: quem apoiava eram os estrangeiros, com destaque para os espanhóis. Há aqui um padrão, não há?? Os portugueses, com excepção daquele pessoal que corre e foi apoiar ou de quem tinha lá familiares/amigos, parece quase que estão num velório. Já que estavam ali, apoiassem quem para quem já vai em esforço ouvir um incentivo dá sempre um ânimo extra.