sexta-feira, 29 de julho de 2016

VII Trail do Almonda

Ultimamente não tenho andado mito inspirado para escrever, daí só agora publicar o report desta prova.


Já tinha ouvido falar do Trail do Almonda como sendo uma prova rolante, sem grandes dificuldades técnicas, e de facto foi isso que se verificou. Não sei quais eram as diferenças a nível de percurso para os anos anteriores, mas este ano a prova era recheada de estradões, largos e corríveis apesar de muita pedra solta, e alguns single tracks, alguns técnicos, e outros em que era impossível correr devido à vegetação e silvas que dificultavam a progressão.

A prova não me correu nem bem, nem mal, antes pelo contrário, como disse em tempos o bem-humorado jornalista Gabriel Alves acerca de um jogo da selecção de futebol.
Esta prova inseria-se na minha planificação de preparação para o meu grande objectivo do ano, o Grande Trail Serra D'Arga. A ideia era meter km, fazer o melhor tempo possível, mas acima de tudo, não sofrer nenhuma lesão que pudesse, pela 2ª vez este ano, colocar em causa os objectivos do ano.

No dia anterior deitei-me cedo, não queria que se voltasse a repetir um episódio como quando foi o VI Ultra Sesimbra
4.30 da manhã toca o despertador, e levanto-me. Acho que já estava acordado antes do alarme tocar. Tomar banho, vestir e tomar pequeno-almoço, tudo previamente preparado no dia anterior, e saio de casa com tempo para ir buscar o outro Madruga que me ia acompanhar nesta aventura. Arrancamos em direcção a Pedrogão, e é sem sobressaltos que lá chegamos, cerca de hora e meia depois de sairmos da Margem Sul.

Procurámos o secretariado para levantar os dorsais, e tudo decorreu rapidamente e sem qualquer problema. Acabar de aprontar junto ao carro, fazer o aquecimento e esperar na zona de partida pela hora.

É altura de últimas afinações, reavivar a estratégia para a corrida, e é dado o tiro de partida. 


Aqui reside uma das situações que tenho de controlar melhor nas provas: arranco quase sempre muito rápido, e sabendo que demoro os 1ºs quilometros para estabilizar a respiração, estes arranques em sprint só aumentam as dificuldades... 



Contudo, depressa tomei noção da realidade, e passado um km abrandei o ritmo, para o meu ritmo, e deixei o grupo da frente seguir na sua vidinha!! Ainda assim, seguia bem, a boa velocidade, até que por volta do km5, na 1ª descida técnica da prova, apanhei um susto, com um tropeção que dei numa pedra e que me fez ir com as mãos ao chão, esfolando um bocado a mão direita. Aqui soou o alarme, e decidi que tinha de ir mais devagar, O objectivo para esta prova era meter km e desnível nas pernas, e não queria arriscar uma qualquer lesão que me fizesse voltar a parar. Também o calor que se começava a fazer sentir cada vez mais, a escassez de sombra e o episódio em Sesimbra, em que abafei completamente com o calor, fizeram soar o alarme, e dessa forma passei a fazer uma prova mais resguardada.

Também ia ouvindo por vários atletas que até cerca do k22 ia ser sempre a subir, o que se verificou, o que era mais uma razão para não abusar. E assim fui seguindo, sem dificuldades de maior, até à grande subida, uma parede autêntica que nos levava Às antenas. Aí admito que suspirei bastantes vezes e tratei mal a organização por não colocarem uma escada rolante....

Depois de atingido o topo, veio a parte mais divertida da prova, em que inicialmente por um estradão, mas depois por um trilho empedrado iamos descendo serra abaixo. Foi o segmento onde mais desfrutei da corrida e da paisagem, até chegar ao abastecimento do k24 ou 25, onde indicam que é para continuar a descer, mas afinal ao virar da curva o que estava era mais uma subidinha. E um trilho, apertado pela vegetação, que tal como noutros a organização não mostrou um pouco de trabalho a limpar os trilhos, e de onde saímos todos arranhados - braços e pernas - e mal dava para ver o chão onde colocar os pés. Esta foi, para mim, a maior falha da organização, pois vários foram os trilhos em que era impossível correr e mal se via onde colocar os pés. Daquilo que ouvi doutros atletas, o percurso também estaria pior que nos anos passados, mais estradões secantes, sem sombra e cheios de pedra solta.. Se eram piores não sei, mas a verdade é que o percurso apresentou poucos trilhos interessantes.

Depois deste segmento em que não se conseguia correr, entrou-se num que se chamava algo como "Sauna do Javali", e onde dava para voltar a correr, e com alguma sombra!! Mais a frente, aparece um jovem da organização, que me informa que agora no estradão onde me encontro, faltam uns 2 ou 3 km e é sempre a descer. Bem, não sei se os conceitos do descer são trocados em Pedrogão, porque logo a seguir há uma curva apertada para a direita - aqui poderia estar alguém da organização a indicar, porque sei que houve vários atletas que seguiram em frente enganados - e voltam as subidas. Aqui, mais que a dificuldade física, é a parte psicológica que sofre, pois após alguém da organização indicar que faltam 2k sempre a descer, já não ia de todo a contar com mais subidas. A correr devagar, ou a caminhar, lá se fez, e admito que com alívio cheguei à meta.

Acabei com 4:02:53, algo superior àquele que tinha imaginado fazer, mas contrariamente a outras provas, não fiquei nada desiludido com a minha prestação. Acima de tudo, cumpri os objectivos que tinha estabelecido, acabar bem e sem lesões.


Em relação à organização, quero realçar a simpatia e atenção demonstrados por todos os elementos, mas destacar também, como já referi, várias falhas ao nível do percurso. Não se notou em nenhum trilho que tivesse havido limpeza dos mesmos, e vários foram em que tivemos de passar pelo meio de tojos altos, porque o trilho era ali, as marcações estavam de facto lá; também o excesso de estradões e sem sombra alguma, para uma prova realizada em Julho, deveria merecer uma atenção extra; decisão acertadíssima terem antecipado a hora de partida para as 8, mas essa já deveria ser a hora inicialmente estabelecida.




sexta-feira, 15 de julho de 2016

III Seixal Night Run - A prova quase perfeita


"O 1º km foi feito num ritmo altíssimo, 3:40/km, e o 2º a 3:55/km. Era a loucura,"



A Seixal Night Run foi praticamente há 2 semanas, mas tenho andado com uma preguiça enorme para escrever.

Pelo 3º ano consecutivo realizou-se esta corrida junto à bela baía do Seixal, e pelo 3º ano participei, nesta corrida pela qual tenho um carinho especial, pois foi a minha 1ª prova.
Este ano com o centro do evento noutro local, mais amplo, espaçoso, bonito, junto ao Cacilheiro, uma excelente alteração por parte da organização.
Era aqui que se localizava a prova este ano

Os dorsais eram levantados nos dias anteriores, pelo que no dia do evento não havia filas para o levantamento dos mesmos.

Chegamos cedo, por volta das 21h, estacionamos e fomos para junto da partida, onde ainda estava a decorrer a Kids Night Run.
Pelas 21.30 iniciava-se a caminhada, de 6km pela marginal, onde a Bela, os miúdos, e os cunhados Hélder, Lurdes e os nossos sobrinhos iam participar. Acompanhei-os durante um bocado, e depois eu, a Bela e os miúdos ficámos à espera que voltassem, pois a caminhada ainda era longa para os pequenitos.

Por volta das 22:10 comecei a fazer o meu aquecimento, nas calmas, e dirigi-me para o local da partida. Aguardei calmamente pelo sinal de partida, aproveitando para conversar com pessoal conhecido. Dá gosto ver o crescimento que esta prova está a ter, e a própria envolvência da população, com muita gente a assistir e a apoiar.

Sensivelmente pelas 22:30 soou a partida, e arranquei. O 1º km foi feito num ritmo altíssimo, 3:40/km, e o 2º a 3:55/km. Era a loucura, ia junto ao grupo da frente, mas ao entrar na zona velha do Seixal começa a dar-me dor de burro. Abrandei um pouco, o que deu num 3º km a 4:17/km.
Abrandei e fui apanhado pelo pelotão!

 Depois de acalmar a respiração e a dor abrandar, aumentei novamente o ritmo, o que fez os próximos km a 4:09, 4;10 e 4:06. Sentia-me bem, e apenas no 7º km senti necessidade de abrandar um pouco, o que deu 4:23/km. No seguinte e último voltei a acelerar e acabei a prova com 33:19, com um ritmo médio de 4:07/km.

Chamei-a depois, quando partilhei a corrida no Strava, de “A prova quase perfeita.”. E era de facto, não fosse a dor de burro que senti durante um bocado. Fiquei surpreso pelo ritmo alto que consegui meter praticamente durante toda a prova, o que mostra que começam a aparecer resultados de acordar às 5:20 da manhã, e que a melhor forma estará à vista.


Por alguma razão que desconheço o meu nome não aparece na classificação. Tentei por várias vias contactar a organização, mas nunca obtive qualquer resposta. De qualquer forma, o que para mim interessa é o desempenho que tive, e olhando para a classificação, sei que fiquei nos 30 primeiros, pois acabei lado a lado com a Amélia Costa, que aparece em 28º. É de lamentar, pelo menos uma resposta, uma explicação deviam dar…
A terminar.
CCR Alto do Moinho em grande!