segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Ericeira Trail Run 2015 - Será que alguma coisa podia correr pior??




Nos últimos dias não treinei tanto quanto queria.
Nos últimos com os 2 miúdos adoentados, não descansei o que devia.
Apanhei uma constipação na passada 5ª feira..
Na 6ª feira à noite ainda estava na dúvida se preparava as coisas para sábado ou não... mas lá acabei por preparar a mochila, dormir meia dúzia de horas e à hora marcada estar no local combinado com o Paulo para seguirmos para a Ericeira.

A viagem correu sem sobressaltos, e com os dorsais já levantados na Pro Runner, e depois de chegar, fomos para o edifício do secretariado para nos abrigarmos do frio.
Depois de nos equiparmos, voltámos para este edifício, para ouvir o briefing. Ouvir, ou tentar ouvir, porque as pessoas a falar não deixavam ouvir em condições as indicações que nos eram dadas...
O controlo zero, que era suposto haver, não houve.

Perto da hora da partida, que segundo o regulamento seria impreterivelmente às 8, fomos encaminhados para a zona de partida, ladeados por umas barreiras de plástico. No sistema de som só se ouvia o responsável repetir que nos primeiros metros o iríamos acompanhar, e que não o podíamos passar. Após várias repetições desta indicação, só dei conta de começar tudo a correr, sem ouvir qualquer tiro de partida. Sinceramente, não percebi esta partida, e não gostei.

Logo nos primeiros km comecei a sentir algumas dificuldades. O vento que se fazia sentir era bastante, e com o nariz tapado, tinha bastantes dificuldades em respirar. Com o corta-vento vestido sentia calor, e sem ele não conseguia ir, com o frio... Aos 7/8 km lá consegui aguentar sem ele e assim seguir. Nesta altura já me sentia melhor, e cheguei bem ao 2º abastecimento, apesar de cheio de fome. Aqui demorei-me sem me preocupar com o tempo, comi o que achei necessário para ficar sem fome, e depois lá segui.

Passados uns km voltei a sentir dificuldades, e desta vez, por volta do km 30/31, bati no fundo. Senti-me sem forças para continuar, e estava decidido a desistir no abastecimento seguinte, no km 35. Caminhei durante alguns km, sozinho, e a decisão parecia estar tomada, até que tentei voltar a correr, o que consegui, apesar de alguma dificuldade. Adiei a decisão para o abastecimento, e aí descansei comi e bebi, e decidi que ia tentar chegar ao próximo, 8 ou 9 km depois...

Neste segmento consegui correr mais que antes, e chegado ao último abastecimento, a cerca de 8km da meta, não havia motivos para não seguir até ao fim!! Este segmento foi fácil, sempre estradão e a descer até à Ericeira.

7h14m depois da partida, cortei a meta. Custou bastante nalguns momentos, levei em cheio com a marreta, mas consegui terminar. Terminar foi mesmo o mais positivo, porque de resto quase tudo correu mal, Nem o relógio gravou o percurso da prova....

Em relação à prova/organização, sinceramente não gostei. Como já referi, não percebi a partida, acho que durante o percurso poderiam haver mais elementos do staff, não vi nenhum meio de assistência em todo o percurso, e apenas num cruzamento um elemento da GNR, quando passámos vários cruzamentos com trânsito. Falhas muito graves, na minha opinião. Na parte final, a passagem pela praia dos pescadores, também nada vem acrescentar à prova, bem pelo contrário, não percebi a necessidade de nos enviarem pela praia, o que apenas serviu para massacrar na areia e na subida final..

4 comentários:

  1. Boas! Parabéns por teres terminado a prova. Sou da Ericeira e gostava um dia fazer este trail, mas como vivo longe, neste momento, ainda não foi possivel. Podias explicar melhor a passagem pela praia dos pescadores? Vinham de que lado? E seguiram para que direccão. É que a praia dos pescadores e o porto de pesca são pontos importantes da vila pelo que faz sentido que por aí se passe. Para além do que a alternativa, se estou a imaginar bem, seria passar por zonas com muitos carros e ,nesta altura do ano, potencialmente muito escorregadias para se correr. Se tiveres um tempinho e me conseguisses explicar melhor a tua opinião, agradecia.

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    1. Boas,
      Na passagem para a praia dos pescadores, vínhamos do lado Norte, e depois de passar um jardim, descemos em direcção à praia, passando pelo meio dos tractores dos pescadores no porto de pesca, 200m de areia da praia e subida pela rampa, e depois seguimos pela rua em direcção ao parque de santa marta.
      Não coloco em causa a importância destes pontos, mas colocá-los no final, quando já só queremos chegar à meta, é massacrar sem acrescentar valor à prova.
      De qualquer forma, esta é apenas a minha opinião, e penso que houve aspectos mais importantes que este que podem ser melhorados.

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  2. Paulo, cada prova é uma prova e cada dia é um dia. Podias até nem estar adoentado e o corpo simplesmente não querer correr. Já aconteceu a todos.

    Este ano ainda pensei fazer esta prova, mas não entrava bem no plano de treinos, pelo que abdiquei dela. O ano passado fiz a curta e gostei, embora a malta da ultra se tenha queixado do percurso. Este ano foi mais curta e quiseram colocar mais trilho, mas estradão não é alcatrão, por isso.. lol

    De resto, aprendeste que mesmo quando se pensa em desistir, vamos buscar forças e vontade onde nem sabemos onde, e isso fez-te terminar a prova e levar um ensinamento para futuras corridas.

    Abraço e bom ano 2016.

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    1. Essa conversa do ter mais trilhos deve ter sido isso mesmo... conversa. Trilhos não são estradões, aliás, basta ver o tempo do 1º classificado para perceber que esta não é uma boa prova de trilhos.

      De facto as forças apareceram quando já tinha decidido desistir, não sei onde as fui buscar, mas foram as suficientes para ajudar a passar aquele mau bocado e seguir até ao fim.

      Abraço e boa preparação para o MIUT (em 2017 faço-te companhia)

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